domingo, 25 de abril de 2010

Me apaixonei...

Bobtail Japonês
Dó, Ré... Mi-kê

Mi-kê — feliz em japonês — é o nome da variante tricolor do Bobtail Japonês, um gato com rabo de coelho. Nunca ouviu falar dele? Não é de admirar, não apenas é relativamente recente no Ocidente, como é tão raro quanto belo.

Na cauda desta raça
Bobtail, ou cauda curta em inglês, mais do que o nome da raça é, já se vê, a sua principal característica. Ela é curta, tão curta que se assemelha à de um coelho, e tão distintiva quanto uma impressão digital, já que não há no mundo duas iguais. O seu comprimento varia entre os oito e os dez centímetros quando esticada mas, por norma, mantém-se enrolada, descrevendo uma curva, mais uma vez, tal como a dos coelhos. Sobre a cauda, resta ainda dizer que a mutação que lhe deu origem nada tem em comum com a que originou o Manx, raça de gatos sem cauda (saiba mais sobre o Manx na edição de Janeiro de 2008, em
www.instinto.pt, tratando-se de raças distintas e sem ligação genética. Comprovada está a relativa frequência de gatos com caudas irregulares em todo o continente asiático.

Símbolo de amizade
Talvez pela raridade, ou, quem sabe pela beleza, ou ainda e apenas porque de facto é um companheirão, o Bobtail Japonês é, no seu país de origem, símbolo de amizade. Preto, branco ou vermelho. Estas as três cores mais desejadas, preferencialmente nas versões bicolor ou tricolor. Esta última variante é de tal modo adorada que recebeu o nome de Mi-kê, feliz, e é venerada em templos, acreditandose que é portadora de sorte, felicidade e bem-aventurança. Daí que a sua imagem, fotos ou qualquer outra representação, seja frequente nas portas de inúmeros estabelecimentos, num gesto de boas- -vindas a quem entra, principalmente retratados com uma das patas dianteiras levantadas, movimento comum nesta raça quando está sentada. Independentemente da cor, o seu pêlo é invariavelmente sedoso e apetecível.

Detalhes

— Tem um miado musical, quase cantado
— É muito palrador
— Tem um fraquinho pelo colo do dono, ou antes, pelo ombro do dono
— É um gato excepcionalmente inteligente
— Dá-se bem em qualquer tipo de casa ou apartamento, desde que sinta que é o seu lar
— As crias são, logo à nascença, maiores do que as de outras raças, desenvolvendo-se mais depressa


Uma questão de estilo e de feitio

Amizade é ainda aquilo que receberão os privilegiados que conseguirem um exemplar desta raça, pois se o que primeiro atrai é o seu porte, musculado mas elegante, dengoso mas esbelto, o que acaba por conquistar o dono é o seu temperamento. Contrariando todos os chavões e preconceitos referentes aos gatos, o Bobtail é fiel, companheiro, tranquilo e afectuoso. Claro que não renega o seu lado felino, o qual está bem presente na sua curiosidade, que dá ainda origem a um outro traço: é um animal sociável e com enorme capacidade de adaptação.

Sem stress
Adora companhia, pelo que sejam crianças, visitas ou outros companheiros de quatro patas, todos são vistos como amigos de brincadeira. Viagens? Nada de pânicos, pois também as tolera com relativo à-vontade, levando a crer que
sem stress é o seu lema de vida.

De oriente a ocidente
A história do Bobtail começa no Japão no século VII, mas a sua aventura a ocidente inicia-se apenas nos finais da década de 60 do século passado, com a chegada de um casal aos Estados Unidos. Na Europa, apenas nos anos 80 é reconhecida como raça em França, graças a Sirikit, uma fêmea trazida de Banguecoque, e a Aikido, um macho, trazidos dos Estados Unidos da América por Hélène Choisnard. Foi precisa a sua divulgação do outro lado do mundo para dinamizar e galvanizar o interesse dos japoneses, que só recentemente começaram a levar esta raça a exposições. Ainda que bastante divulgada e muito apreciada, é ainda uma raça rara, o que aguça o interesse pelo Bobtail Japonês.



Um pouco mais de História

Um dos primeiros relatos em que se faz referência a esta raça data do início do século XVIII, num excerto de um livro do médico alemão Engelbert Kaempfer. Dizia ele, ter encontrado nas terras do Império do Sol Nascente um gato com largas manchas de cor amarela, preta e branca e cuja cauda parecia ter sido dobrada até se partir. Um gato meigo, sem instinto para caçar e que acalentava um único desejo: andar ao colo das mulheres. Este é, por ventura, o primeiro retrato do actualmente raro e idolatrado Bobtail Japonês. Um século antes disso, todavia, em 1602, por decreto-lei, foi proibida a venda ou compra de gatos, os quais se pretendia que andassem soltos e livres pelas ruas, a fim de combaterem a praga de ratos. Ou seja, este pequeno príncipe felino, tornou-se nessa altura no gato vadio do Japão.

http://www.instinto.pt/site/artigo.php?AGtTZAtela9Xr1tela9Xr1=ADdTNVRl

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