quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Deepak Chopra

Médico indiano, escreveu mais de 25 livros de auto-juda, mas existe um que ficou super famoso: "As Sete Leis Espirituais do Sucesso". Ele ganhou em 1998 o prêmio Ig Nobel da Física, que a instituição americana Improbable Research (Pesquisa Improvável) atribui a trabalhos que "primeiro fazem as pessoas rirem, depois pensarem". Chopra foi condecorado "por sua interpretação única da física quântica aplicada à vida, à liberdade e à busca de felicidade econômica".

Chopra diz que há sete formas diferentes de o ser humano responder aos desafios da vida. Veja de forma resumida como ele descreveu os diferentes níveis de reação. Mas só entrou em detalhes em seis delas, uma vez que a sétima, chamada "resposta transcendental", é alcançada muito raramente, apenas por líderes excepcionais "como uma Madre Teresa de Calcutá", como ele diz.

1. Lutar ou fugir
É uma reação básica que se tem diante de um problema. No entanto, quando não se consegue, de imediato, resolver a situação por meio da luta ou da fuga, o corpo responde com estresse ou mesmo de forma mais grave, como acidente vascular cerebral ou até câncer, segundo Chopra. Seria o momento de passar para o segundo nível de reação.

2. Manipular a emoção
Chopra dá como exemplo de manipulação da emoção o caso de um filho cujos pais se recusam a comprar um pirulito.

Primeiro, a criança tenta ser agradável, diz coisas como "Se você comprar, eu te dou um beijo", "eu te amo" etc. Se não der certo, o filho tenta chamar atenção sendo desagradável, fazendo coisas que sabe que não deve. Em seguida, se retrai, não fala com os pais enquanto eles não compram o tal pirulito. Por fim, faz-se de vítima, tenta se mostrar injustiçado com frases como "para o meu irmão você dá tudo, e para mim, nada".

A manipulação da emoção é muito usada por maus líderes, diz o guru. Em vez do pirulito, pode ser uma promoção na empresa ou por uma vantagem política. Segundo Chopra, 99% dos líderes não passam desses dois níveis.

Na palestra, citou como exemplos o ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush e o presidente venezuelano Hugo Chávez. A jornalistas brasileiros, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "certamente não se limita a esses dois primeiros níveis (luta ou fuga e manipulação da emoção), assim como o americano Barack Obama.

3. Manter-se centrado
Para evitar que se fique apenas na mera manipulação da emoção, é preciso centrar-se no seu objetivo. O bom líder, diz Chopra, não deixa que dramas emocionais lhe tirem do foco. "Obama não perde o centro, seja qual for a situação à sua volta".

4. Reagir intuitivamente
A resolução de uma situação de crise exige uma observação racional, mas também é preciso ser capaz de ouvir o próprio corpo, segundo Chopra. Ele diz que uma região cerebral, o chamado cérebro límbico, monitora a reação das pessoas.

"Se alguém não está bem, meu corpo vai sentir e eu vou conseguir ouvir o meu corpo". Em certo momento do seminário, ele aplicou o que seria umexercício para aprender a ouvir o corpo.

5. Buscar solução criativa
Poucos líderes têm facilidade para encontrar uma solução criativa para um problema. Chopra propôs um exercício. Primeiro, pediu que os participantes da palestra desenhassem numa folha um círculo, dentro do qual escreveriam "Reação criativa".

A partir da circunferência, seriam desenhadas cinco setas, uma para cada direção; na ponta de cada uma delas, pediu que fossem escritos, com uma ou poucas palavras, um problema atual a ser resolvido.

Para cada problema, solicitou que se desenhassem três outras setas, nas quais seriam escritas, com poucas palavras, três possíveis soluções. O exercício, segundo Chopra, ajuda a refletir sobre os dramas pessoais e profissionais e organizar o planejamento. A partir dele, o líder chega a soluções criativas.

6. Reagir de forma visionária ou arquetípica
Na prática, é o nível mais alto de resposta que se pode dar aos desafios da vida, segundo Chopra, uma vez que o sétimo só é alcançado por personalidades excepcionais.

A reação dos líderes às situações críticas deve levar em conta um objetivo maior, que é a construção de uma boa história e, portanto, de um mito.

"Vejam o caso de Obama. Ele foi criado pela avó, é descendente de quenianos, estudou na Indonésia e depois em Harvard, e hoje é presidente dos Estados Unidos. Se a gente for olhar para a história dele, a gente diz: 'Essa não é a história de um presidente dos Estados Unidos'. Na verdade, esse é o arquétipo clássico de uma história de aventura".

Os grandes líderes, segundo Chopra, sabem "criar a melhor visão (de mundo), a melhor paixão e a melhor história". Como analogia, ele chama atenção para o fato de que, ao comprar um produto, as pessoas estão na verdade consumindo mitos.

(Fonte: UOL)

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