terça-feira, 28 de julho de 2009

Acupuntura Social: Mudando o Mundo com Agulhas Rotaractianas


Você já pensou em ajudar alguém e não sabia como? Ou pensou que sua passagem por esse mundo poderia ser mais significativa? Você já pensou se mais gente se sente ou pensa assim como você? E ainda, você já sentiu que não pode fazer a diferença?


Essas perguntas vão e vem para milhares de pessoas que tem no coração alguma vontade de ajudar alguém. O que mais tenho percebido pelos lugares onde estive é que o discurso de “fazer a minha parte” nas ações sociais resulta em muita frustração nas pessoas que fazem muito e não mudam nada.


Fica uma sensação de energia desperdiçada depois de uma ação sem resultado efetivo. Ao invés de desistir ou negar a falta de resultado, acredito que a situação pode ser revertida a partir do momento que qualquer ação social, seja ela simples ou de grande complexidade, consiga ser estrategicamente pensada.


O desafio começa no momento em que olhamos os objetivos: eles nunca estão baseados num diagnóstico ou análise prévia da situação. Ou seja, a solução se torna maior e vem antes do problema. Logo, antes de qualquer coisa, um entendimento completo do problema é fundamental. E quando digo entendimento, me refiro a entender as causas das causas do que é aparente. Faça perguntas ao “problema”. Por que isso acontece(u)? Quais são as variáveis que impactam? Entenda o fenômeno que está vendo. Lembre-se que uma dor de cabeça pode ser qualquer coisa, as causas são muito variadas, assim são também dos problemas sociais.


Outra questão é que não basta fazer sua parte. O problema deve ser solucionado ou pelo menos as condições para tal devem ser criadas. Não se pode contentar com uma ação realizada simplesmente. Ela deve ter sido realizada e gerado resultado. Sem resultado a ação não deveria ter acontecido.


Porém, reconhecendo que qualquer um de nós é muito pequeno perante os problemas que afligem nossas comunidades, o que fazer?


Foi com essa frase martelando meus pensamentos que conheci os conceitos da acupuntura. Apesar de ser uma prática milenar, ela é extremamente atual e pertinente para nossa discussão. A acupuntura basicamente busca que pequenas ações tenham grandes impactos. Ou seja, que uma atividade bem pensada pode gerar resultados muito maiores do que se poderia imaginar na vã filosofia.


Por que não pensar assim em nossos projetos?


Foi nessa onda entusiástica de um rotaractiano enlouquecido que comecei a falar da Acupuntura Social. A idéia é distribuir agulhas por todo mundo para que possam organizar pequenas atividades que gerem o maior impacto possível. Cada pessoa que queira fazer parte do movimento deve se comprometer com alguns princípios:


1.) Mais vale um bom diagnóstico na mão do que dois bons projetos prontos voando.

Qual a causa da causa do “sintoma” que é visível? Quais os agentes envolvidos? O que já foi feito para solucionar?


2.) Antes de atirar, mire bem antes.

O que gera mais impacto com menor esforço? Onde nossa contribuição será mais benéfica?


3.) Avalie, avalie e aprenda.


O que deu certo? O que deu errado? O que faremos para corrigir os erros e melhorar os acertos?


A Acupuntura Social não é um projeto, é uma filosofia. Adapte, critique ou faça a sua. Mas, por favor, não ignore seu poder de transformação. Se algo fez sentido para você nas linhas acima, venha fazer parte dessa rede e seja uma agulha da mudança.


(Leonardo Jianoti)

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