quinta-feira, 18 de novembro de 2010

E lá se foram 4 anos...

Hoje foi oficialmente o meu último dia de aula na faculdade. Há dias eu já sentia uma tristeza, misturada com alegria e motivação, mas hoje foi especial. Olhei com detalhe a expressão do meu professor, registrei na memória os traços fortes de lápis na prova do meu amigo, que sentou ao meu lado. Ao entrar na sala do meu coordenador (e amigo), reforcei: "é a última vez que entro aqui como aluna". Ao entregar os livros na biblioteca, fixei meu olhar nos livros e pensei: "esse acervo não será mais visitado por essa menina curiosa, feito Alice no país das maravilhas, que lê livros de outras disciplinas e tudo o que colocar na frente".

Durante todos os 4 anos, aprendi muito mais do que teorias econômicas. Lições de vida que levarei comigo para sempre, verdades incontestáveis (e infelizes), como também descobertas maravilhosas. Quem eu achava que era amigo na verdade nunca foi e, quem eu jamais pensei seria, hoje é minha riqueza, um belo "legado bacharel", posso dizer. O carinho de cada professor, cada qual com sua particularidade e excentricidade, vai fazer falta. Os "mimos" que senti ao longo do curso pode me deixar mal acostumada com as verdades da vida acadêmica. Tive dias de pura adolescência, com amor platônico que depois se tornou namoro de verdade. Em muitos momentos senti o peso de representar pessoas com tanta personalidade, e faltou jogo de cintura para levar tudo até o final. Houve paciência para contornar situações desagradáveis com professores, mas também picos de exaltação em que os nervos estavam à flor da pele que ficarão na lembrança de uma turma tão ímpar...

Com toda bagagem que a faculdade me deu, ainda sinto que falta muito. Em termos acadêmicos, não sou nada. Economista de verdade, só me considerarei após doutorado. Aí sim vou poder dizer que sou "dotôra". Agora é como se eu pudesse ver uma brecha de uma porta se abrindo, com uma intensa luz por trás dela. Cabe a mim, apenas a mim, abrir a porta e conseguir encarar essa luz e tentar fazer parte do brilho, que ofusca os outros que estão vendo brecha, ou verão lá no futuro. Tenho a opção de usar óculos escuros, mas não poderia ver a beleza ao fazer parte dessa luz. Também tenho a opção de fechar essa porta e abrir outra, afinal, conhecimento nunca é demais e quem sabe de tudo um pouco, acaba sabendo mais.

Agora não é hora de sonhar com a profissão, mas sim fazê-la acontecer. Já nos ensinaram a pescar e nos mostraram onde fica o rio, só falta colocar a isca no anzol... Uma etapa eu já venci, mas ainda falta tanto... Dedicação e determinação são as palavras de agora em diante. Mais um ciclo que se fecha, mas outro se inicia, com suas surpresas e desafios.

Sentirei saudades das aulas, da rotina, da relação com os doutores, mestres e professores que tanto me ensinaram. Mas agora é hora de inspirar e experimentar tudo o que é de novo que a vida lhe proporciona. Enjoy it!

Boa sorte à todos os universitários do Brasil! Que a determinação e a garra estejam contigo!
The show must go on...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Guerra Cambial - o que vem a ser isso??

Muito se fala na guerra cambial, mas poucos entendem. Vou tentar explicar aqui, de forma bem simples (espero!). Não vou usar economês, vou me esforçar!!

Bem, com a crise do sub-prime (títulos podres que ninguém dizia que era podre, e que se espalharam pelo mundo), causou vários impactos na economia. Para que o estrago não fosse maior, autoridades monetárias entraram em ação para salvar os países em crise, afinal, as dívidas soberanas (do governo) e o desemprego estrariam em níveis jamais imaginados. Os EUA, como o país mais afetado por essa crise, teve que tomar um rumo, pois outras formas de levantar a economia (digamos, as cartadas que poderiam ser dadas) já eram...

Opçõe para aquecer uma economia de um país (básicas):

1- Taxa de juros: Nos EUA, beiram 0%, e como não pode ficar negativo (hahaha), fica do jeito que tá - NÃO MEXE NO QUE TÁ QUIETO.

2- Aumento dos gastos do governo: é uma forma de aquecer a economia, mas a esas altura do campeonato, os americanos não querem gastar muito (já gastaram o que não tinham....)

Então o jeito foi mexer no dólar! Emitindo mais moeda, enxurrada de dólar pelo mundo.... Muita oferta, o preço cai, como banana nanica na feira de Registro-SP (terra da banana).

Desvalorizar o câmbio é uma forma de estimular as exportações, fortalecendo o mercado interno. (A China faz isso, artificialmente). Mas nesse cenário, o Real ficou mais caro, estimulando a importação e prejudicando as exportações. Isso também contribui para manter a inflação na linha, pois como lembro das aulas do grande Corinthiano Profe San Martins, a importação entra como concorrente no mercado nacional, aumentando a competitividade entre os agentes (competição de empresas = preço baixo).

E nessa onda, o IOF (Imposto sobre Operaçaõ Financeira) para investimentos estrangeiros está a 6%. Segundo as palavras do grande Guigui (Guido Mantega, Ministro da Fazenda) esse aumento tem com objetivo diminuir a rentabilidade e afastar aqueles que querem "usufruir" dos altos juros que o Brasil paga. A intenção é fazer o gringo deixar a grana aqui por mais tempo, para ele ganhar o suficiente para pagar os 6% e ainda levar lucro. Se ele entrar aqui, investir, e sair em um ou dois meses, o investidor vai perder grana.

Tudo na Economia é regido pela oferta e procura. Com o câmbio isso não poderia ser diferente: a oscilação do preço (tudo na economia é determinado pelo preço) é o indicador se está entrando muito dólar no país ou não. No caso de hoje (Dólar a R$ 1,6760) é sinal de que dólares estão entrando muito... (Para comprar 1 dólar, você precisa de 1 real e mais 67 centavos para comprar) Estamos pagando "caro" por 1 dólar (há quem pague, então eu vendo).

Basicamente, Guerra Cambial é isso: tentativa de salvar a economia de um país, mesmo que a pimenta nos olhos dos outros seja refresco...